quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Intolerância ao intolerável


Ao analisar atitudes que habitualmente são tomadas por indivíduos de distintas sociedades, com diferentes culturas, independente da época, observa-se que há um fator por trás dessas que conduz às suas ações: a intolerância.
Foi pela intolerância que Hitler, em meados do século XX, comandou a morte de milhões de judeus, ciganos, soviéticos e todos os demais que não se encaixavam no perfil da chamada raça pura ariana. Da mesma forma, o Apartheid, regime de segregação racial, foi instituído por quase meio século na África do Sul. E é por não tolerar o diferente que, ainda nos dias atuais, atitudes preconceituosas, discriminativas e egocêntricas podem ser presenciadas constantemente sendo que, na maioria das vezes, não têm a sua maleficidade percebida.
O mudas de calçada por medo do negro avistado, os olhares tortos direcionados aos homossexuais e o desprezo àqueles que possuem necessidades especiais são exemplos de atitudes costumeiras que embarreiram e atrasam o desenvolvimento e estabelecimento de  uma sociedade em que reine a paz e a justiça, bem como os direitos humanos.
Assim como o veneno de uma cobra é neutralizado com a aplicação do antídoto composto pelo próprio veneno, a “cura” para a intolerância é a própria intolerância. Foi por intolerar o preconceito e a segregação racial (gerados pela intolerância) que Nelson Mandela reuniu forças para liderar a luta contra o Apartheid e que Martin Luther King Jr. organizou marchas com os mesmos fins de Mandela e em busca dos demais direitos civis, como o voto. Da mesma maneira, através da intolerância é que uma sociedade genuinamente democrática pode ser formada, em que a então utopia da igualdade, do direito, da honestidade ao invés da corrupção, e do amor, seja transformada em realidade. Que a intolerância ao intolerável se faça presente.

Um comentário:

  1. ótimo texto Livia, vamos praticar a intolerância ao intolerável agora nessas eleições !

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